Projeto Escola sem Homofobia vira assunto principal da campanha pela Prefeitura de São Paulo

Um Bispo da Igreja Universal do Reino de Deus disse que o pré-candidato do PT a Prefeitura de Sâo Paulo, Fernando Haddad, enfrenterá problemas nas eleições por ele ter sido o maior responsável pela criação do material conhecido como Kit Gay (na verdade, o nome era Escola sem Homofobia). O “kit” foi suspenso pela presidente Dilma por conta de pressão dos políticos evangélicos. Haddad se defendeu da ameaça do Bispo dizendo que essa atitude gera violência contra gays.

Marcos Pereira, bispo da Igreja Universal e presidente nacional do PRB, partido aliado ao PT em nível federal, disse que o material criado pelo Ministério da Educação na gestão de Haddad será usado contra ele na campanha. “Vai ser difícil tirar essa mancha do Haddad. Ele vai sofrer muito com isso”, disse o Bispo. “Se o kit chegasse às escolas, seria o pior dos mundos. Mas se o Haddad pagou por algo que seria vetado, mostrou ser um mau administrador. De um jeito ou de outro, ele vai apanhar”, diz o bispo, que apoia o pré-candidato Celso Russomanno (PRB). Estranho, contudo, é que talvez nem o Bispo se lembre que Russonamo era membro da Frente Parlamentar LGBT no seu último mandato; tentou fazer voltar a tramitar o projeto de parceria civil gay e chegou a interceder para que Lula pedisse ao Presidente da Nigéria que suspendesse a condenação à morte de 18 homossexuais daquele país. Há várias entrevistas publicadas na imprensa com declarações pró-LGBT de Russomano. Para se defender, Haddad disse que a Folha que esse tipo de atitude do Bispo gera ainda mais violência contra homossexuais. À Folha, o pré-candidato disse ter “certeza” de que os evangélicos não querem violência. “Isso libera, em alguns indivíduos perturbados, forças obscurantistas que acabam comprometendo a integridade física de cidadãos”, disse.