Professora e ativista, Patricia Lessa será madrinha da Parada LGBT de Maringá
Na tarde do dia 29 de abril de 2015, na Praça Nossa Senhora da Salete, milhares de professores, estudantes, pais e servidores públicos foram brutalmente agredidos pela Polícia Militar do Paraná, numa ação truculenta orquestrada de dentro do Palácio das Araucárias, sede do Governo do Estado, para impedir o acesso destes educadores e apoiadores as dependências da Assembleia Legislativa do Paraná, onde deputados da base aliada do Governador Beto Richa insistiam em votar, ao som de tiros, latidos, gritos e bombas, um projeto que usurparia o fundo de previdência destes trabalhadores.
A ação resultou em 392 feridos, dezenas em estado grave. 92% dos feridos foram vítimas de disparos de bala de borracha acima da cintura – cabeça, peito, costas, pescoço, boca, ouvidos e olhos.
Foram duas horas ininterruptas de violência, mesmo com apelos vindos do Governo Federal. O massacre da Praça Nossa Senhora da Salete foi notícia no Brasil e no mundo, e manifestações de apoio aos professores e repúdio ao governador Beto Richa surgiram de entidades, prefeituras, assembleias legislativas, ministérios, professores, alunos e brasileiros de todo o país. Foi a segunda vez na história do Paraná em que um governador do PSDB tem suas mãos sujas do sangue dos professores paranaenses.
Em solidariedade a estes trabalhadores e trabalhadoras violentados fisicamente e em sua dignidade, e em repúdio ao Governador do Paraná, a Associação Maringaense de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (AMLGBT), convida professores, alunos , pais e servidores para participarem da Parada LGBT, a entendendo também como espaço de manifestação de repúdio contra a truculência do Governo Beto Richa e a injusta usurpação da ParanaPrevidência.
A AMLGBT também anuncia, como madrinha da edição deste ano da Parada LGBT de Maringá, a Professora Doutora Patrícia Lessa – UEM, representante do Coletivo Feminista Maria Lacerda.
Desde sua primeira edição, a Parada LGBT de Maringá homenageia aliados e personalidades comprometidas com a busca por igualdade e o enfrentamento ao preconceito e a violência. Este ano, além da justa homenagem a esta mulher que tanto contribui para o debate das questões de gênero e LGBT, Lessa também foi escolhida para representar milhares de professoras e professores com os quais desejamos compartilhar nosso sentimento de indignação e um fraternal abraço.
A Parada LGBT de Maringá tem um caráter de luta contra a violência, o preconceito, e de reivindicação de equiparação de direitos. Ela é a atividade que encerra a Semana Maringaense de Combate a LGBTfobia, onde se discute saúde, direito, respeito, educação e violência, entre tantos outros temas no decorrer de suas edições.
Este ano, 2015, queremos nos unir aos professores e professoras do Estado do Paraná para dizer, em alto e bom tom, que não aceitamos a violência, o autoritarismo e a usurpação da previdência dos servidores, que queremos que todos os culpados sejam punidos, principalmente o Governador Beto Richa.
Além da natural gratidão àqueles que nos proporcionaram ler o mundo sob a luz da educação, que esculpiram em nós os profissionais que somos, uma gratidão especial por nos ensinarem, com o próprio sangue, que lutar pelo que é justo é o caminho mais certo e honrado a se trilhar.
IV Parada LGBT de Maringá
Dia 17 de maio, à partir das 14 horas
Concentração: Praça Renato Celidônio – Centro de Maringá.