Juiz se afasta do cargo por ser contra o casamento
Juiz de paz do cartório do único ofício de Redenção, no Pará, José Gregório Bento, de 75 anos, pediu afastamento de suas funções para não ter de cumprir a resolução do Conselho Nacional de Justiça que obriga os cartórios, de todo o Brasil, a converterem as uniões estáveis homoafetivas em casamentos. Ele é pastor da Igreja Assembleia de Deus há cerca de 40 anos.
José trabalha como voluntário no cartório civil da cidade fazendo conciliações e celebrando casamentos e alegou que “Deus não admite isso. Ele acabou com Sodoma por causa desse tipo de comportamento”. Ele diz ainda que “acho essa decisão horrível. Ela rompe com a constituição dos homens, mas não vai conseguir atingir a constituição celestial”.
O pastor disse que pediu demissão ao titular do cartório, Isaulino Pereira dos Santos Júnior, mas o tabelião teria solicitado que permanecesse no cargo. “Ele me pediu para eu ficar e disse que caso alguém solicitasse o pedido de casamento homoafetivo, outro juiz de paz seria chamado para realizá-lo. Mas aqui, graças a Deus, ainda não chegou ninguém pedindo o casamento homoafetivo”.
“De fato, ele pediu afastamento do cargo na quarta-feira passada, alegando que iria mudar de cidade para cuidar da esposa que estaria internada na UTI de Goiânia, mas não falou nada sobre se recusar a fazer casamentos entre pessoas do mesmo sexo”, alegou Isaulino. O tabelião disse que caso o pastor tivesse pedido exoneração porque não aceita o casamento homoafetivo, ele seria imediatamente afastado do cargo.
Isaulino diz que “eu iria acatar o afastamento, porque não pode haver discriminação. Caso ele queira sair por esse motivo, eu vou solicitar imediatamente ao juiz da comarca outro juiz de paz”. Segundo ele, o pastor não entregou ao cartório nenhuma solicitação oficial de demissão do cargo.