Mulher trans maringaense agradece rara oportunidade de emprego em esfiharia
Yara Olavo, mulher transexual maringaense, usou uma rede social para agradecer a oportunidade de trabalhar em uma esfiharia da cidade.
“Um mês e quatro dias desde que fui empregada. Devido a minha história e a minha mania de quebrar todas as barreiras, conseguir um emprego sempre foi um desafio maior do que para a maioria das pessoas. E eu sou muito grata pela oportunidade que me foi dada. Há momentos em que precisamos deixar a vaidade de lado e ralar por uma vida melhor para si e para as pessoas que você ama. Sábio é aquele que só sente orgulho daquilo que conquistou”, publicou Yara.
Segundo o Relatório da violência homofóbica no Brasil, publicado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH), a transfobia faz com que esse grupo “acabe tendo como única opção de sobrevivência a prostituição de rua”.
Não é mera força de expressão. Estimativa feita pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), com base em dados colhidos nas diversas regionais da entidade, aponta que 90% das pessoas trans recorrem a essa profissão, ao menos em algum momento da vida.
Sem legislação específica que garanta espaço no mercado de trabalho, transexuais e travestis dependem de iniciativas pontuais por parte de algumas empresas.
Segundo a presidente da Associação Maringaense LGBT (AMLGBT), Margot Jung, iniciativas como a da esfiharia Tahine, fazem com que acreditemos que um mundo melhor é possível. “Um mundo de inclusão e no qual todas as pessoas, independente da identidade de gênero, da orientação sexual, ou da cor de sua pele possam viver em plenitude o direito ao trabalho, à cidadania e à dignidade”. Margot ressalta ainda a importância de que mais empresas, em Maringá e no Brasil, contratem homens e mulheres transexuais.