Rei sul-africano chama homossexuais de fedorentos

Chefe da maior e mais tradicional comunidade sul-africana, o rei zulu Goodwill Zwelithini classificou em um evento oficial, no início desta semana, os homossexuais como seres “fedorentos”, e reforçou o seu posicionamento contra casais do mesmo sexo.

“Tradicionalmente, ninguém mantinha relações com uma pessoa do mesmo sexo. Isto não existia e aqueles que o fazem devem saber que são fedorentos”, declarou o rei Zwelithini, durante o aniversário da Batalha de Sandlwana, a mais representativa derrota do exército britânico diante dos zulus em 1879.

“Eu não ligo para o que vocês pensam. Se vocês são homossexuais, devem saber que é mau e que vocês são fedorentos. A homossexualidade é inaceitável”, completou.

Desconcertado com o posicionamento público do rei zulu, o presidente sul-africano Jacob Zuma não pensou duas vezes e saiu em defesa do respeito aos gays. “Atualmente, estamos confrontados com numerosos desafios que vão desde a reconciliação à construção de uma nação que não discrimina as pessoas nem em função da sua cor da pele ou da orientação sexual”, alertou o presidente sul-africano.

Vale lembrar que desde a gafe cometida em 2006, quando foi alvo de protestos e precisou se desculpar publicamente, Jacob Zuma deixou de criticar os gays do seu país. Na ocasião, quando a África do Sul aprovou o casamento entre parceiros do mesmo sexo, o presidente falou que a decisão “desonrava” o seu país, e lembrou que na adolescência não pensava duas vezes antes de agredir um homossexual.

Apesar do conservadorismo de algumas seitas e religiões de matizes africanas, e de países sem acesso à educação ainda serem intolerantes com relação aos gays e lésbicas, desde a lei aprovada por Nelson Mandela em 1996 – que proíbe a discriminação por orientação sexual – parte do continente africano vem se esforçando em evitar o preconceito contra homossexuais, preconceito este pelos quais os próprios negros já foram (e ainda são) vitimizados.