Ratinho é condenado a pagar R$ 150 mil a pastor de “Igreja gay”

O SBT e o apresentador Carlos Massa, o Ratinho, foram condenados pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a pagar R$ 150 mil ao pastor Victor Ricardo Soto Orellana por danos morais, após reportagem ofensiva que pretendia mostrar o culto dentro de uma “igreja gay”.

A igreja evangélica Acalanto, que recebe pessoas da comunidade LGBT entre os frequentadores e os pastores, foi tema, em maio de 2003, da reportagem. A equipe usou uma câmera escondida para mostrar o culto ao mesmo tempo em que as imagens estavam no ar, Ratinho fez comentários considerados ofensivos pelo pastor. Ele chegou a dizer que era uma igreja de “veadinhos”.

“O que se caracterizou como ilícito foi o escárnio, o teor depreciativo da matéria que se referiu nominalmente ao autor, afastando-se os réus [Ratinho e SBT] do verdadeiro propósito de bem informar”, concluiu o relator do processo, desembargador Fabio Queiroz.

Na defesa, tanto a emissora quanto Ratinho afirmaram que, em momento algum, houve a intenção de ofender alguém e que estavam no exercício da profissão e baseados na liberdade de imprensa. Os três desembargadores não aceitaram os argumentos. Eles disseram que “até os programas de natureza sensacionalista devem guardar o mínimo de respeito à dignidade da pessoa humana. A liberdade de imprensa, conquistada a alto preço, não pode ser motivo para violação imotivada e injustificada de princípios da Constituição Federal”.