Presidente da ABGLT acusa Serra de incentivar homofobia

O presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros (ABGLT), Toni Reis, acusou o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, de utilizar o kit anti-homofobia e os direitos dos homossexuais para gerar polêmica em período eleitoral e acabar incentivando a homofobia.

“Peço, para uma boa política comprometida com o respeito a toda a população, como tem sido a marca de sua atuação nos cargos que ocupou, que continue dando ênfase à promoção indiscriminada da cidadania e da inclusão social, e que a população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) não seja utilizada para gerar polêmica em época eleitoral, ou em qualquer outra época.”

Por meio de uma carta aberta ao tucano, Reis lembrou da defesa dos direitos humanos e do trabalho no Ministério da Saúde realizado por Serra, mas pontuou as últimas declarações do candidato em relação ao programa Escola Sem Homofobia – material didático produzido pelo Ministério da Educação na gestão do petista Fernando Haddad – classificado por ele como doutrinador e sem nenhum valor pedagógico.

“Isto só serve para validar, banalizar e incentivar a homofobia e manter a esta população à margem da cidadania. Prezado José Serra, não manche sua biografia. Não rife nossos direitos”, escreve Reis.

Nesta terça-feira, 16 de outubro, José Serra afirmou que o debate sobre o kit-anti-homofobia é uma ‘pauta petista furada’ e criticou a imprensa por tratar do assunto. “Quem tem que se explicar é o Haddad, que torrou dinheiro. O problema é que Fernando Haddad é fraco como administrador”, disse o tucano em entrevista à rádio CBN.

Vetado pela presidente Dilma Rousseff, o kit anti-homofobia recebeu críticas de segmentos conservadores da sociedade, em especial, dos evangélicos e católicos pró-família. Recentemente, o material virou moeda de ataque no pleito pela Prefeitura de São Paulo.