Número de casamentos LGBT no Brasil cresce 52% em dois anos, diz IBGE

UOL

Em maio de 2014, o cabeleireiro Luiz Carlos Sereno, 62, e o designer e maquiador Miguel Sevilla Neto, 69, casaram-se, após 28 anos de relacionamento, em Viamão (RS). A união legal do casal, por tantos anos ansiada, só foi possível por conta de uma determinação do Conselho Nacional de Justiça que, desde 2013, permite que pessoas do mesmo sexo celebrem o casamento civil.

Sereno e Sevilla Neto fazem parte de uma estatística cada vez mais comum na sociedade brasileira, que cresce a cada ano. Segundo as ‘Estatísticas do Registro Civil 2015’, divulgadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (24), foram celebrados 5.614 casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo no Brasil no ano passado.

E, ainda que o número corresponda a apenas 0,5% do total de matrimônios ocorridos no país, é 15,7% maior em relação a 2014 e 51,7% em relação a 2013.

Desse total, foram 2.986 casamentos entre mulheres (53,1%) e 2.628 entre homens (46,9%) celebrados em 2015.

Em maio de 2014, o cabeleireiro Luiz Carlos Sereno, 62, e o designer e maquiador Miguel Sevilla Neto, 69, casaram-se, após 28 anos de relacionamento, em Viamão (RS). A união legal do casal, por tantos anos ansiada, só foi possível por conta de uma determinação do Conselho Nacional de Justiça que, desde 2013, permite que pessoas do mesmo sexo celebrem o casamento civil.

Sereno e Sevilla Neto fazem parte de uma estatística cada vez mais comum na sociedade brasileira, que cresce a cada ano. Segundo as ‘Estatísticas do Registro Civil 2015’, divulgadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (24), foram celebrados 5.614 casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo no Brasil no ano passado.

E, ainda que o número corresponda a apenas 0,5% do total de matrimônios ocorridos no país, é 15,7% maior em relação a 2014 e 51,7% em relação a 2013.

Desse total, foram 2.986 casamentos entre mulheres (53,1%) e 2.628 entre homens (46,9%) celebrados em 2015.

Segurança legal
“Cada vez mais, pessoas [do mesmo sexo] devem se casar. Todos querem ter uma segurança legal. Porque você leva toda uma vida junto com a outra pessoa, e aí ela morre e vem a família e leva tudo? Não está certo”, afirma Sereno.

O cabeleireiro diz, ressaltando a importância de possuir um regime de comunhão universal de bens com seu cônjuge, que este foi um dos principais motivos que o levou a casar-se com Sevilla Neto. “O casamento é mais pelo caso legal. Uma segurança que a gente passa a ter, por exemplo, em caso de morte de um de nós dois. Serve para dar um amparo”.

A região Sul, onde reside o casal, registrou, em 2015, 857 casamentos entre pessoas do mesmo sexo (15,2% do total). A maior prevalência foi registrada na região Sudeste, com 3.077 registros (54%), ao passo que na região Norte o número foi de 230 (4%). No Nordeste foram 1.047 casamentos (18,6%) e no Centro-Oeste, 403 casos (7,17%).

Entre as Unidades da Federação, São Paulo liderou as estatísticas, com 2.008 matrimônios celebrados (37,5% do total do país) no ano passado.

Casamento entre solteiros prevalece
Entre os casamentos envolvendo mulheres, a união mais comum é entre solteiras, com 77% dos casos. Uniões entre mulheres solteiras e mulheres divorciadas somam 19,4%. Entre os homens, também prevalece o casamento entre solteiros (86,7%) –entre homens divorciados e solteiros, a porcentagem é de 10,9%.

Sexagenários, Sereno e Sevilla Neto atravessaram três décadas de preconceito e ausência de direitos legais como casal homossexual. Ainda que afirme que a sociedade não esteja “preparada” para aceitar o cada vez maior número de casamentos de pessoas do mesmo sexo, Sereno diz ver cada vez mais uma “maior aceitação”. Ao menos em relação a casos como o seu, de um casal formado por duas pessoas mais “maduras”.

“Como hoje tudo é mais exposto, há uma maior aceitação. Eu tenho 62 anos e ele tem 69. Então não tem problema nenhum”, afirma, ressaltando, porém, que “quando perguntam o nome do meu cônjuge e eu respondo ‘Miguel’, as pessoas ainda estranham”.