No Dia da Mulher, presidente do DCE da UEM diz ser contra casamento lésbico
Em reportagem especial sobre o Dia da Mulher publicada no jornal O Diário do Norte do Paraná, a presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Estadual de Maringá, Heloísa Nascimento, disse ser contra o casamento LGBT.
Na reportagem de Alexandre Gaioto, Nascimento também se declarou contra o aborto, sexo antes do casamento, legalização da maconha e o feminismo.
O texto foi publicado na edição impressa do jornal na ultima quarta. Leia a íntegra:
Uma conservadora no cerco dos esquerdistas
O universo acadêmico da UEM, por incrível que pareça, nem sempre é o mais democrático dos ambientes, com as discussões tomando os eternos rumos esquerdistas, do estacionamento às mesas da cantina, da sala de aula aos simpósios e congressos. Quando se deu conta, nas aulas do 1º ano de Direito, Heloísa Nascimento, hoje presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE),estava diante de centenas de aspirantes a Che Guevara e milhares de devotos de Karl Marx.
Heloísa sabia, sim, que o curso de Direito estimularia os debates intelectuais, mas não esperava sofrer “perseguições psicológicas”, com direito a ofensas no Facebook e discriminações em sala de aula. “A universidade não é nada democrática. Os esquerdistas gostam de gritar e impor suas ideias. Muitos entram na UEM e saem moldados pela esquerda”, avalia a estudante.
Aos 17 anos, Heloísa vai resistindo como pode à faixa de Gaza acadêmica, e parece não se importar muito com o apelido que recebeu de alguns esquerdistas: Coxinha. Ela se importa mais é com a articulação de suas ideias, que são fortemente influenciadas pela igreja católica: 1) é contra o casamento gay; 2) é contra o aborto; 3) é contra o sexo antes do casamento; 4) é contra a legalização da maconha – “ou de qualquer outra droga”; 5) é contra “os atuais movimentos feministas”, porque embora reconheça a importância do feminismo para o desenvolvimento da sociedade, “hoje em dia o movimento já não respeita todos os tipos de mulheres, como as que ainda querem casar na igreja e se posicionam contra o aborto”.
Quando passou em Direito, em 3º lugar, Heloísa ainda estava cursando o 2º ano do Ensino Médio. Naquele mesmo ano, também havia passado em 6º lugar em Direito na Universidade Estadual de Londrina (UEL). Antes disso, no meio do 1º ano do Ensino Médio, havia passado em Ciências Biológicas, em 2º lugar na UEM. Decidida a cursar Direito, entrou com uma liminar na Justiça e ganhou o direito de virar universitária antes mesmo de começar o Terceirão no Colégio Cristão Integrado, onde estudou da 4ª série ao 2º ano do Ensino Médio.
Filha de pais comerciantes, Heloísa não é a única da família a se dar bem nas provas. A irmã Letícia, aos 14 anos, já foi aprovada em Biologia (1º lugar) e Biomedicina (11º) na UEM.
Fã dos Engenheiros do Hawaii, Heloísa não suporta o pop de Taylor Swift (“tedioso e de letras infantis”) e se recusa a ouvir funk e sertanejo universitário (“com danças vulgares, letras extremamente esdrúxulas e péssimas melodias”).
Em uma trajetória curta, mas cheia de vitórias, Heloísa agora encara uma nova dúvida: soube, anteontem, da aprovação em Medicina na UEM (11º lugar, na 2ª chamada). Continuará no Direito, discutindo com marxistas e guevaristas ou cursará Medicina, outra de suas paixões, permanecendo na liderança do DCE? Nem mesmo as jovens mais estudiosas trazem respostas na ponta da língua aos grandes questionamentos da vida.