Futebol precisa de herói gay, diz goleiro do Manchester United

Com sete participações como titular do time britânico Manchester United, o goleiro dinamarquês Anders Lindegaard se posicionou sobre um assunto que ainda é tabu no meio do futebol, a homossexualidade. Em seu blog, o jogador afirmou que o esporte necessita de um “herói gay”, um jogador que assumisse sua orientação sexual e que serviria de espelho para outros perceberem que seus colegas de profissão não o tratariam diferente.

“Como jogador de futebol, penso que muitos tem medo do que a torcida faria caso assumisse ser gay. Mas eu tenho certeza que nós, jogadores, não teríamos problemas em aceitar um homossexual dentro dos times”, escreveu. “A homossexualidade é um tabu. O problema é que muitos torcedores estão presos em um tempo de intolerância que não merece ser comparado aos tempos modernos que vivemos. E isso é expressado pelo estereótipo de que todo homem deve ser bravo, forte e agressivo”, completou.

Na opinião do jogador, o esporte mais popular do mundo parou no tempo na questão e que os torcedores são mais preconceituosos que os jogadores. “O resto do mundo têm sido mais liberal. Já o mundo do futebol segue preso ao passado no que diz respeito à intolerância”, completou o goleiro.

O jogador criticou também a federação de futebol da Dinamarca que não fez grandes esforços para combater a homofobia. Nenhum jogador dinamarquês assumiu ser gay, entre todos os registrados na instituição.

Poucos jogadores já assumiram ser homossexuais no mundo. Recentemente, o americano David Testo, meia do Montreal Impact, time do Canadá que joga a NASL, divisão inferior do futebol dos EUA, assumiu ser gay e contou com apoio da direção do clube. No Brasil, em 2009, Vilson Zwirtes, que atuou pela Lajeadense, do Rio Grande do Sul, também assumiu, mas afirmou sofrer resistência de clubes para contratá-lo.