“Contra família criminosa não tem estatuto né?”, diz Genro a Cunha
Fausto Macedo (Estadão)
A ex-deputada e ex-candidata à Presidência pelo PSOL Luciana Genro usou o Twitter na manhã desta quinta-feira, 1, para alfinetar o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Luciana Genro ligou o Estatuto da Família, projeto de deputados evangélicos ligados a Cunha, às suspeitas de corrupção que envolvem Cunha.
“As informações do MP da Suíça relatam contas em nome Eduardo Cunha e seus familiares. Contra família criminosa não tem estatuto né?”, disse Luciana Genro.
Na quarta-feira, 30, a Suíça transferiu para o Brasil investigação criminal contra Cunha, denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato. Com a remessa das informações contra o peemedebista naquele país europeu, a Procuradoria-Geral da República, em Brasília, poderá investigá-lo e processá-lo. Eduardo Cunha teria recebido, na Suíça, propina relativa a contratos da Petrobrás.
Há uma semana, deputados da Comissão Especial do Estatuto da Família aprovaram relatório do deputado Diego Garcia (PHS-PR) sobre o projeto de lei que define “família” como núcleo formado por homem, mulher e seus descendentes – e exclui relações homoafetivas.
Quatro deputados se insurgiram contra o estatuto: Érika Kokay (PT-DF), Maria do Rosário (PT-RS), Glauber Braga (PSOL-RJ) e Bacelar (PTN-BA).
O texto agora vai a plenário. A bancada religiosa, grupo predominante na comissão, quer que a votação aconteça na semana de 21 de outubro, quando se celebra o Dia Nacional de Valorização da Família. Cabe ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ligado aos evangélicos, marcar a data da votação.