Com apitos, movimento LGBT impede Eduardo Cunha de falar na Paraíba

iG

A comunidade LGBT realizou mais uma manifestação contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ) nesta sexta-feira (10). O deputado esteve na Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba, em João Pessoa. Recentemente, o político recebeu atos de repúdio em suas passagens por São Paulo e Porto Alegre.

Além do movimento LGBT, participaram membros da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).

A concentração teve início às 8h da manhã no Pavilhão do Chá, em João Pessoa. Logo depois, os grupos seguiram para a Assembleia Legislativa, onde encontraram as portas fechadas.

“Foi uma surpresa quando descobrimos que a Assembleia estava fechada à população. Houve quebra de uma porta e o movimento conseguiu entrar e ocupar duas galerias da assembleia”, conta o administrador Felipe Furini Soares, 30.

Com cartazes e gritos de “Fora Cunha”, “Homofóbico” e “Machista”, os manifestantes usaram apitos para impedir que o deputado conseguisse proferir seu discurso. “Fomos contra a vinda do deputado Eduardo Cunha a João Pessoa, tendo em vista o retrocessso que ele representa na política para todos os movimentos sociais. Ele é homofóbico, conservador e machista”, diz a estudante Elida Lima, 25, membro do Levante Popular da Juventude.

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O Movimento Espírito Lilás, um dos representantes da comunidade LGBT na Paraíba, publicou uma nota de repúdio ao deputado nesta quinta-feira (9), criticando declarações polêmicas como a “cura gay”, o “Dia do Orgulho Hétero” e o “Estatuto da Família” (leia mais abaixo).

Seguranças do local tentaram barrar os manifestantes. Em sua página do Twitter, Cunha atribuiu a confusão ao PT e chamou de “lamentáveis as agressões promovidas pelo partido”. Na rede social, o deputado afirmou ainda que um militante da juventude do PMDB foi “covardemente agredido” na Assembleia Legislativa.

“Foi um movimento não partidário. Cunha quis descaracterizar o movimento [ao envolver o PT]”, diz o professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Roberto Rondon, 48.

Seguranças do local tentaram barrar os manifestantes. Em sua página do Twitter, Cunha atribuiu a confusão ao PT e chamou de “lamentáveis as agressões promovidas pelo partido”. Na rede social, o deputado afirmou ainda que um militante da juventude do PMDB foi “covardemente agredido” na Assembleia Legislativa.

“Foi um movimento não partidário. Cunha quis descaracterizar o movimento [ao envolver o PT]”, diz o professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Roberto Rondon, 48.

ais projetos se caracterizam como tentativas claras de institucionalizar o preconceito e a discriminação em razão da orientação sexual e/ou a identidade de gênero, além de violarem frontalmente o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, a democracia brasileira e a luta histórica pela igualdade substancial.

O Legislativo deve em harmonia com os demais Poderes, zelar pelo cumprimento das prerrogativas perante a sociedade, respeitar e garantir os direitos e conquistas da população brasileira. O presidente da Câmara dxs Deputadxs tem utilizado o cargo para legislar segundo suas convicções pessoais de cunho fundamentalista, sob a justificativa de que heterossexuais sofrem discriminação em virtude de sua orientação sexual.

Cunha ainda ignora a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, de forma unânime, reconheceu o casamento igualitário entre pessoas do mesmo sexo. Segundo Cunha, só deve adotar uma criança casais heterossexuais, preferindo que mais crianças continuem no orfanato esperando por uma família.

Em suas afirmações machistas, sexistas, homofóbicas, limitadoras das liberdades e dos direitos individuais, o mencionado deputado defende que a criminalização do preconceito e da discriminação em razão da orientação sexual e/ou das identidades de gêneros que destoam dos “padrões” fixados por uma suposta normalidade, a descriminalização do aborto, a regulamentação da mídia, não vão tramitar na Casa durante seu mandato.