Casa de acolhida LGBT precisa de ajuda

Casa de acolhida LGBT precisa de ajuda

A Casa de Missão Amor Gratuito, que acolhe e apoia pessoas LGBT em situação de vulnerabilidade, está precisando de ajuda para garantir a manutenção de seu funcionamento.

Criada em 2010, a entidade oferece moradia, alimentação e apoio para inserção no mercado de trabalho, buscando cursos de capacitação e parcerias com empresas que possam contratar jovens que tenham sido expulsos de suas famílias em função de intolerância à orientação sexual. O espaço também atende pessoas LGBT idosas ou com comorbidades que restrinjam a mobilidade ou necessitem de cuidados especiais de saúde.

Como ajudar? – Doando alimentos e produtos de limpeza e higiene pessoal; parcerias para capacitação profissional; empresas dispostas a oferecer vagas de emprego; apoio financeiro para pagamento das contas mensais de luz, água e aluguel. A responsável pela Casa é a pastora Paula Warmling, que pode ser contatada pelo telefone: 44-99152-1304. O Pix para apoio financeiro é: 26.207.559/0001-80

A Casa de Missão Amor Gratuito foi criada em 2010 por uma iniciativa de Célio Camargo, hoje desenvolvendo suas atividades em Colorado. Foi inaugurada numa residência alugada na rua Uruguai, Jardim Alvorada, em Maringá, próximo da casinha onde eu morava naquele ano.

Durante os debates com a Arquidiocese quando da polêmica sobre a realização da primeira Parada LGBT, numa conversa que tivemos com o arcebispo da época, dom Anuar Battisti, alguns padres e advogados, ao apresentarmos os números de adolescentes e jovens expulsos pela família ao assumirem sua orientação sexual, dados de violência, suicídio e assassinatos de pessoas LGBT, um dos padres presentes se prontificou em ajudar a manutenção da Casa de Missão, tendo assegurado o fornecimento de gás de cozinha para a entidade. Também alguns paroquianos dele ajudaram com cestas básicas.

Passado alguns anos, com dificuldades de se manter em Maringá, a Casa de Missão se transferiu para a periferia de Sarandi, onde segue acolhendo pessoas LGBT em situação de vulnerabilidade, das quais a maioria são de Maringá.
Maringá segue carente de um espaço público de acolhimento para pessoas LGBT em situação de vulnerabilidade, muitas delas se obrigando a viver em situação de rua.

No segundo semestre de 2022, o Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas (Comad), juntamente com o Conselho Municipal de Direitos da Pessoa LGBT (Comdip), apresentaram ao município o pedido da instalação de um abrigo para pessoas LGBT no modelo “república”, com 10 vagas rotativas, que funcionaria como um espaço de transição até que estes conseguissem emprego e pudessem tocar suas vidas.

A vereadora Professora Ana Lúcia (PDT) chegou a apresentar emenda ao orçamento de 2023 para a instalação do equipamento público, porém, foi rejeitada pelo Plenário. Em resposta a um requerimento apresentado pela parlamentar sobre o tema, a administração informou, no início da semana, que não tem expectativa de instalação do abrigo, dado que “não há previsão orçamentária” para tal.

O motivo geral das expulsões destes jovens LGBT de suas famílias se dá pelo fato de sua sexualidade, por preconceito e repulsa. Em várias situações, como única alternativa, foram encaminhadas a instituições religiosas subsidiados pelo poder público, onde sofreram preconceito e pressão para se “converterem”.
A Casa de Missão Amor Gratuito, mesmo sendo ligada a instituição religiosa, realiza um acolhimento que contempla o respeito a orientação sexual de cada pessoa acolhida.