Ban Ki-Moon pede a líderes africanos respeito aos gays
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon voltou a cobrar dos líderes e presidentes africanos respeito aos direitos dos gays que vivem no continente, em que muitos países ainda consideram a homossexualidade como crime. O pedido foi feito neste domingo, dia 30 de janeiro, durante o 18º Encontro de Chefes de Estado e do Governo da União Africana, que está sendo realizado na Etiópia.
“Uma forma de discriminação ignorada e, muitas vezes, até penalizada em diversos países, por muito tempo, tem sido a discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero. Isto tem levado alguns governantes a tratarem os LGBTs como cidadãos de segunda classe e, até mesmo, como delinquentes”, destacou o secretário-geral da ONU.
Mais de trinta países do continente africano contam com leis que penalizam homossexuais, inclusive com morte e prisão, sendo que muitos deles alegam que a prática faz parte da cultura do país, e costumam reagir de maneira não muito positiva aos pedidos de outros países.
Antes do discurso de Ban Ki-Moon, por exemplo, o presidente do Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, criticou qualquer “interferência externa” no continente e disse que a África “não deveria ser questionada nos campos da democracia e dos direitos humanos.
O primeiro ministro britânico David Cameron ameaçou cortar a ajuda financeira do Reino Unido nos tratados de cooperação, a menos que estes países reformem suas leis. O presidente da Tanzânia, Jakaya Kikwete, país em que a homossexualidade é crime com pena de até 30 anos de prisão, respondeu que preferia abrir mão da ajuda do Reino Unido a perder sua “dignidade e moralidade”.