Ataque contra Jean Wyllys nas redes é contido por ativistas

Midia NINJA

Jean Wyllys, parlamentar conhecido pela defesa das minorias no Congresso Nacional, sofreu um ataque virtual essa tarde por religiosos fundamentalistas organizados. A série de tuítes, disparada a partir das 16h30, levou a tag #JeanWyllysNãoMeRepresenta a um dos temas mais debatidos no Brasil, mas não por muito tempo.

A reação, vinda de movimentos de direitos humanos e de diversidade, foi rápida e cerca de uma hora depois a tag #JeanWyllysMeRepresenta já dominava o primeiro lugar nos temas mais comentados no Brasil e quarto lugar no mundo. Perfis como Dilma Bolada, Leonardo Sakamoto, Marcelo Freixo, Sérgio Amadeu, Renato Rovai, PC Siqueira, Levante Popular da Juventude, Fora do Eixo, Felipe Milanez e Pedro Alexandre Sanches foram um dos mais atuantes na defesa de Jean.

O motivo da reviravolta foi uma má interpretação de uma matéria publicada no portal Terra, na qual o deputado, 5º mais votado do Rio de Janeiro nas eleições 2014, declarava seu apoio no segundo turno das eleições a Dilma Rousseff. Apavorados com a ideia de que Jean virasse o “representante da juventude”, perfis como o de Marisa Lobo – auto-declarada “psiscóloga cristã” e defensora da vida” – iniciaram a onda de difamação.

Criminalização da Homofobia

Ainda, os ataques se dirigiram ao PL122, projeto de lei que tem por objetivo criminalizar a homofobia no país e encontra-se na Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal do Brasil. Segundo pesquisa telefônica conduzida pelo DataSenado em 2008, com 1120 pessoas de todas as cinco regiões do Brasil, 70% dos entrevistados posicionaram-se a favor da criminalização da discriminação contra homossexuais no país. A aprovação é ampla em quase todos os segmentos, no corte por região, sexo e idade. Mesmo o corte por religião mostra uma aprovação de 54% entre os evangélicos, 70% entre os católicos e adeptos de outras religiões e 79% dos ateus.

“Os perfis da juventude fanática mobilizada a me insultar ou tentar me converter revelam bem o nível de hipocrisia de quem se entrega aos prazeres do consumismo, da vaidade e do sexo às escondidas, mas gosta de atacar quem defende politicamente a legalização do aborto e do comércio de maconha e é contra a redução da maioridade penal.” relatou Jean Wyllys em suas redes sociais.

Dessa maneira, “mobilizam suas forças para tentar me desmoralizar virtualmente, temendo que sua paranóia vire verdade, é porque, de fato, eu ameaço seu império de dinheiro e mentira – e isso me deixa feliz e me faz rir” conclui.