Advogada maringaense pode se tornar a primeira vice-presidenta lésbica da OAB

Advogada maringaense pode se tornar a primeira vice-presidente lésbica da OAB

A subseção maringaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pode ter eleita sua primeira vice-presidente lésbica, no dia 25 de novembro.

Francielle Lopes Rocha, advogada em Direito das Famílias e Sucessões é candidata à vice-presidência pela chapa Algo Novo, que concorrerá nas próximas eleições com a proposta de transformar a OAB em uma instituição menos vulnerável à conjuntura política, resgatando seu prestígio histórico como uma entidade obstinada defensora da justiça.

Sócia fundadora do escritório Rocha e Spiguel Sociedade de Advogadas e Advogados, Mestra em Ciências Jurídicas, Especialista em Direito Homoafetivo e de Gênero, duas vezes presidenta da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da OAB Maringá, Francielle foi, também, entre os anos de 2004 e 2014, proprietária do clube D-Vinyl, época em que decidiu entrar para a advocacia e defender, especialmente, os direitos continuamente violados da comunidade LGBTQIA+.

“Após um episódio muito simbólico, em que um sujeito jogou lixo nas pessoas que estavam em frente de nossa boate, no ano de 2010, eu percebi que precisava transformar completamente meu percurso profissional e que poderia utilizar o potencial emancipatório do direito como um instrumento para a construção uma sociedade menos excludente e mais igualitária”, disse a candidata.

Como vice-presidenta, Francielle declara que atuará para “transformar a OAB em um espaço democrático e inclusivo, de modo que as advogadas e os advogados sejam, efetivamente, integrados na criação das políticas internas, um local onde sua participação seja e valorizada e respeitada, um local que se ocupe em prol do exercício da advocacia.”

Internamente, trabalhará para que a OAB seja um espaço mais acolhedor e basilar para as advogadas e advogados inscritos na subseção, ofertando melhor apoio logístico e atividades de capacitação. Além disso, transformará a OAB em um espaço plural, em uma instituição atuante na defesa da dignidade da advocacia, que promova o protagonismo das advogadas e advogados LGBTQIA+, negras, negros, idosos, profissionais em início de carreira, dentre outros integrantes de grupos vulnerabilizados e que, apesar de invisibilizados, também compõem os quadros da Ordem.

A chapa Algo Novo Maringá tem como candidato à presidência Marco Alexandre de Souza Serra, advogado criminal, doutor em direito penal, pós-doutor em criminologia e professor, com forte atuação na militância a favor de movimentos sociais junto a demandas coletivas que interessam a grupos vulneráveis cujos direitos são sistematicamente violados. Também se dedica à pesquisa nas áreas de Direitos Humanos, Direito Penal, Direito Processual Penal, Criminologia e História da Questão Criminal. É, simultaneamente, integrante do Instituto de Pesquisa, Direitos e Movimentos Sociais (IPDMS) e da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), entre outras organizações sociais e científicas. As eleições ocorrerão no dia 25 de novembro.