Mercado ainda percebe homofobia na hora da contratação, diz pesquisa

Uma pesquisa da empresa de consultoria Trabalhando.com Brasil divulgada nesta sexta-feira, 3 de agosto, pelo jornal O Globo, revelou que ainda existe preconceito no mercado de trabalho na hora de contratar um homossexual. Dos 400 entrevistados no levantamento — homossexuais ou não —, 54% acreditam que a homofobia existe, apesar de não ser assumida; 22% dizem que a discriminação depende do tipo de área e vaga desejada e apenas 3% pensam que esse problema não existe mais.

Participaram do estudo, anonimamente, representantes de 30 empresas, de médio e grande portes, para eles os profissionais homossexuais são, sim, contratados, porém dificilmente alcançam cargos de diretoria. O levantamento mostra também que 21% dos consultados têm notado que, com o passar dos anos, o preconceito vem diminuindo.

Renato Grinberg, diretor geral da Trabalhando.com Brasil, defende veementemente que a orientação sexual do candidato não pode ser levada em conta no momento da entrevista, bem como outros aspectos de sua intimidade. “Em países como os Estados Unidos, por exemplo, fazer qualquer tipo de pergunta que não seja de cunho pessoal no momento da entrevista, como perguntar a idade, o estado civil e se a pessoa tem filhos, é proibida por lei. O que é de fato relevante na contratação são suas competências, não o que ele faz nas horas vagas ou com quem se relaciona”, explica.

A legislação trabalhista brasileira proibi qualquer diferença de salário, exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. Apesar disso, o assunto ainda é um tabu no mundo corporativo e a contratação do homossexual pode ser influenciada pelo perfil que a empresa busca. No entanto, este ano, pela primeira vez, todas as corporações listadas no ranking das 100 melhores empresas da revista Fortune possuem políticas contra a discriminação, o que inclui a orientação sexual.

“Não é surpreendente para mim que os lugares que são classificados como os melhores para trabalhar sejam também os que respeitam e valorizam os seus funcionários. A evolução é claramente no sentido da igualdade no local de trabalho”, disse Michael Cole-Schwartz, gerente de comunicações da “Human Rights Campaign”, uma organização que defende lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros americanos, em entrevista para à CNN Money.