Declaração de Hollande sobre casamento gay gera mal estar nos grupos ativistas

A França está dividida na questão do casamento gay. Promessa de campanha do presidente Hollande, a medida que está tramitando no Congresso vem causando protestos e contraprotestos pelas ruas de Paris. No meio de toda essa polêmica, rumores sobre um “passo atrás” do governo provocou ainda mais polêmica em torno do assunto.

Mas o governo desmentiu nesta quarta-feira as acusações de que teria dado um passo atrás na questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Em um congresso de prefeitos franceses, Hollande disse que um prefeito poderia delegar a celebração do casamento a um outro integrante do conselho municipal, em nome do “respeito à liberdade de consciência”. A declaração foi mal recebida por vários setores da esquerda e de associações de defesa dos direitos homossexuais.

A Ong Inter-LGBT anunciou que suspendeu “todas as relações” com o governo, “escandalizada” pelas declarações do presidente. A senadora ecologista Esther Benbassa, declarou que dessa forma Hollande “deu permissão” aos prefeitos para contornar o projeto de lei que autoriza o casamento homossexual, “antes mesmo da votação da lei”. Além disso, ela lembra que o texto do projeto é “particularmente tímido, excluindo toda a possibilidade de um casal gay ter acesso à reprodução assistida”.

A ministra da Justiça, Christine Toubira, tentou minimizar o impacto da afirmação de Hollande, explicando que o prefeito pode indicar um substituto e se abster de realizar uma união homossexual, mas que “de maneira nenhuma uma municipalidade pode recusar o procedimento”.